15 dezembro, 2011

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Como escolher um bom Professor de Aikido
Por Susan Perry
O que deve ser um professor de Aikido?

Nós freqüentemente voltamos a esta pergunta à medida que nos empenhamos em criar novos caminhos em uma arte que nos apresenta uma nova e rara perspectiva de vida.
Aqueles que estudam Aikido medem as coisas através de um espectro amplo e, a concepção de um bom professor de Aikido também é muito
ampla, variando desde alguém que somente ensina a técnica até uma autoridade moral equivalente ao Papa.

Uma opinião é a de que os bons professores de Aikido simplesmente mantêm-se progredindo por conta própria. Nesta visão, uma característica dos bons professores é que eles estão tão ocupados com seu avanço que não têm tempo para olhar para seus seguidores que estão atrás, alguns dos quais podem não ir muito longe. De acordo com esta concepção, os estudantes deveriam se esforçar para seguir os professores embora eles não possam ver o que vem à frente.

Esta visão romântica de ensinar parece Oriental porque insinua que os estudantes deveriam ser discípulos dedicados. É necessária uma tremenda fé para os estudantes seguirem um professor através do desconhecido.

O sistema americano de educação - que distingue "oportunidades de pesquisa" de "ensinamentos pedagógicos" - nutre uma visão semelhante. A capacidade para pesquisar - desbravar novos terrenos em seus campos, adquirir concessões, e inspirar os estudantes mais talentosos - muitas vezes é deixada de lado por aqueles que são contratados para ensinar, que gastam seu tempo afiando suas habilidades de comunicação com estudantes e se preparando para as aulas. Ansiosos no rastro de uma nova informação, pesquisadores focalizam seus olhos à frente - permitindo às vezes que sejam encaixados no estereótipo de professor distraído, irritável, desleixado. Tais pessoas podem ser quase impossíveis de se entender e, ai está um ponto no qual eles não são bons professores. Ainda sim eles são vistos como valiosos porque podem enxergar mais distante que o resto de nós.

Nesta concepção, os professores não precisam ter senso prático. Que diferença faz (pergunte aos defensores desta visão) se os professores podem cuidar de si próprios ou se eles têm algum interesse no mundo cotidiano?

A palavra "shihan" sugere uma outra concepção do que é ser um bom professor. Todas pessoas que foram entrevistadas para o artigo da revista ATM concordaram que o "shihan" deveria ser um modelo dentro e fora do tatami. Ser um shihan implica em ter sabedoria, a qual é refletida em como a pessoa vive sua vida. O shihan ensina vivendo uma vida exemplar.

Sendo assim, o bom shihan não se parecerá muito com um pesquisador distraído e isolado. O shihan precisa ser equilibrado, responsável, uma pessoa prática - alguém que tenha aprendido a viver com sucesso e compaixão no mundo cotidiano.

Esta visão do que é ser um bom professor está profundamente ligada ao pensamento filosófico Ocidental. Na República, Platão sustenta que é a responsabilidade e a compaixão que fazem a pessoa "iluminada" voltar-se novamente para o mundo cotidiano, se tornando assim um professor. E, em suas escritas sobre ética, Aristóteles diz que um professor de moral precisa ser uma "pessoa virtuosa", cuja vida na comunidade mostra aos estudantes um modelo a ser imitado.

Há então, uma concepção de bom professor que achamos no Aikido e nos clássicos da cultura Ocidental como por exemplo: O bom professor é compassivo, responsável e sábio - uma pessoa cuja vida cotidiana nos proporciona um modelo através do qual moldamos a nós mesmos.

É claro que uma conseqüência desta concepção, é que os estudantes devem procurar muito bem o professor certo. Eles têm que ter fé que a pessoa que eles escolherem vai conduzi-los na direção certa pois, sendo estudantes, eles não podem ver o que o professor vê.

O professor compassivo, útil não é aquele que "protelou" ao longo do caminho, mas sim aquele que "enxergou" e agora olha para atrás com sabedoria e compaixão para ajudar outros.

Recebendo esta ajuda, os estudantes não são completamente passivos. Enquanto é verdade que o professor oferece um presente, os estudantes devem de maneira ativa tentar alcançar este presente. E, apesar do que muitos parecem pensar, o presente pode ser recebido mesmo quando o professor e estudante não gostarem um ao outro. Verdadeiros estudantes desenvolvem a habilidade para aprender de qualquer pessoa, havendo um laço de amizade ou não.

No Aikido, todos nós ouvimos que a queda do uke é para receber a técnica. Como estudantes, nós somos todos ukes, todos receptores. O uke não funciona somente com amigos e, o uke não se senta passivamente no tatami e espera ser lançado.











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